EDP antecipa metas financeiras para 2025 e acelera investimento na transição energética
Novo Plano Estratégico prevê investimento de 25 mil milhões de euros até 2026 para potenciar renováveis e suportar os compromissos de neutralidade carbônica do grupo. O fechamento do capital da EDP Brasil, financiado pelo aumento de capital da EDP em 1 bilhão de euros, vai promover simplificação corporativa.
- Plano de investimento de 25 bilhões de euros: 21 bilhões centrados nas energias renováveis e 4 bilhões nas redes elétricas, representando um investimento bruto anual de ~6,2 bilhões de euros - 30% mais face ao anterior Plano de Negócios
- Ritmo de adição de nova capacidade renovável aumenta para 4,5 GW por ano, totalizando 18 GW até 2026, visando atingir uma capacidade instalada de renováveis de 33 GW até 2026 e com a ambição de atingir mais de 50 GW até 2030
- Investimento em energias renováveis diversificado por meio de tecnologias, incluindo eólica onshore (40%), solar de grande escala (40%), solar distribuído (12%), eólica affshore (5%) e armazenamento e hidrogénio (3%)
- Alavancagem do portfólio e infraestruturas como uma vantagem competitiva para uma maior implantação de energias renováveis baseada na hibridização e na repotenciação
- 3 bilhões de euros de investimento em digitalização e inovação para promover eficiência e crescimento sustentável
- Compromisso reiterado de ser neutra em carvão até 2025, 100% verde até 2030 e neutra em carbono até 2040 (objetivo validado pela SBTi)
- Organização preparada para o futuro por meio da criação de 3.000 novos empregos até 2026 e empoderamento das comunidades com um investimento de 200 milhões de euros em iniciativas de impacto social
- Compromisso para manter o rating BBB e um rácio FFO/dívida líquida superior a 20% ao longo do Plano Estratégico
- Em 2026, EBITDA recorrente atingirá 5,7 bilhões, com crescimento do investimento anual em 6% entre 2022-26
- Rendimento líquido recorrente entre 1,4 - 1,5 bilhão de euros até 2026, com o crescimento anual médio entre 12%-14% no período 2022-26
- Nova política de dividendos aumentará retorno aos acionistas, com um rácio de pagamento na ordem dos 60-70% e o dividendo a crescer para 0,20 euros por ação em 2026
A EDP vai reforçar ainda mais a ambição de liderar a transição energética ao aumentar o investimento e as metas no seu novo Plano Estratégico 2023-26, apresentado hoje, 2 de março, em Londres. Num contexto em que a emergência climática e a segurança de abastecimento são mais preeminentes do que nunca, o grupo vai aumentar o investimento global para 25 bilhões de euros, acelerando as fontes renováveis, fortalecendo a posição nas redes de eletricidade e apoiando os seus clientes na transformação para um mundo mais sustentável.
O Plano Estratégico 2023-26 vai ainda dar suporte aos compromissos de neutralidade carbônica da EDP e segue uma abordagem seletiva e disciplinada, alocando 85% do investimento em renováveis, clientes e gestão de energia e 15% em redes de eletricidade em mercados de elevado crescimento e baixo risco, em quatro hubs regionais: Europa (40% do investimento), América do Norte (40%), América do Sul (15%) e Ásia-Pacífico (5%). A taxa de investimento anual da EDP irá aumentar em 30% face ao plano anterior para 6,2 bilhões de euros, mantendo o crescimento sustentável e excelência ESG numa organização à prova de futuro.
"Hoje ampliamos a nossa ambição de liderar a transição energética apoiados por um portfólio competitivo e resiliente, finanças sólidas, uma equipa empoderada e a vontade de contribuir para um mundo climático positivo para as futuras gerações. Este Plano Estratégico reforça a nossa ambição de crescimento, ao mesmo tempo em que impulsiona ainda mais o nosso compromisso com o planeta e cria valor superior para todos", afirma Miguel Stilwell d'Andrade, presidente executivo da EDP.
Plano de investimento combina tecnologias convencionais e emergentes
A eólica onshore e o solar de grande escala vão representar, respetivamente, 40% do plano de investimento de 21 bilhões de euros no segmento das renováveis, complementados por tecnologias emergentes como o solar distribuído (12%), armazenamento e hidrogênio (3%). A eólica offshore vai representar 5% do investimento total, por meio da joint venture Ocean Winds e com uma forte expetativa de crescimento para os próximos 10 a 15 anos. Um mix tecnológico diversificado de energias renováveis é apoiado e reforçado por um portfólio hídrico com um forte perfil de geração de fluxos de caixa, proporcionando ao mesmo tempo flexibilidade e capacidades de armazenamento.
No segmento das redes de eletricidade, no qual serão alocados 4 bilhões de euros do plano de investimento, a EDP irá aumentar e diversificar o seu portfólio, que continuará a representar um fator de estabilidade para o negócio do grupo. O Plano Estratégico prevê ainda a expansão das linhas de distribuição para 400 mil quilômetros, 9 milhões de medidores inteligentes (mais 500 mil face a 2022) e 12 milhões de pontos de acesso (mais 2,5 milhões do que em 2022).
O plano tem como foco também o segmento de clientes para acelerar o crescimento, apostando numa estratégia de oferta cruzada que combina diferentes soluções, como o solar distribuído, os PPA, mobilidade elétrica, serviços, eficiência energética e armazenamento.
A inovação e a digitalização continuam no centro da estratégia, impulsionando a mudança e acelerando a transição energética com um investimento reforçado de 3 bilhões de euros até 2026.
Metas de neutralidade carbónica validadas e 3.000 novas contratações
A EDP continuará a traçar o caminho para um amanhã melhor, nomeadamente por meio de sua meta de se tornar neutra em carbono até 2040 em todos os âmbitos e envolvendo toda a cadeia de valor, desde clientes a parceiros. Este compromisso foi recentemente validado pela Science Based Target initiative (SBTi), que reconheceu as melhores práticas da EDP na ação climática e em total alinhamento com o objetivo científico de conter a 1,5ºC o aumento da temperatura global. É um objetivo ambicioso que reforça o posicionamento global da EDP na estratégia da ESG e na construção de um planeta mais sustentável.
Os colaboradores da EDP - mais de 13.000 pessoas de 63 nacionalidades em todo o mundo - continuarão a suportar os ambiciosos objetivos do grupo por meio do seu dinamismo e diversidade. O Plano Estratégico agora atualizado prevê 3.000 novas contratações até 2026 para um total líquido de 14.000 colaboradores e a meta de ter 31% de mulheres em posições de liderança, baseando a estratégia de gestão de talentos na atração, experiência e desenvolvimento e renovando o seu reconhecimento como um empregador de topo em todos os mercados onde está presente.
A EDP continuará também a apoiar as comunidades para que tenham um papel ativo na transição energética. Um compromisso que manterá em paralelo com o esforço de proteção do planeta para as gerações futuras e envolvendo os seus parceiros para uma transformação decisiva. Nesse sentido, o grupo prevê investir até 200 milhões de euros até 2026 em iniciativas de impacto social.
Finanças fortalecidas, maior retorno para acionistas
A EDP irá alavancar o seu modelo de rotação de ativos para potencilizar ainda mais o seu crescimento. Após os 20 bilhões de euros em rotação de ativos na última década, o grupo espera agora alcançar 7 bilhões de euros em receitas e ganhos de capital até 2026. E, ao mesmo tempo, permanece totalmente empenhado num forte rating BBB que apoiará estruturalmente o ciclo de investimento futuro e manterá uma forte posição de liquidez cobrindo as necessidades de refinanciamento para além de 2025.
O grupo está também comprometido em proporcionar um valor superior aos investidores por meio de um crescimento sustentado do rendimento por ação (dividend per share) e uma política de dividendos sólida, que garanta um maior retorno para os acionistas. Com a previsão de rendimento líquido recorrente na ordem dos 1,4-1,5 bilhão de euros até 2025, o limite mínimo de dividendos por ação aumentará gradualmente de 0,19 para 0,20 euros, enquanto o objetivo de pagamento deverá ser revisto para 60-70%. Na EDP Renováveis, a política de dividendos foi também melhorada para um rácio de pagamento de 30-50% a fim de proporcionar uma remuneração flexível e competitiva aos seus acionistas e alinhada com o mercado.
Aumento de capital para suportar ambição de crescimento
Com o objetivo de simplificar a estrutura empresarial, a EDP anunciou hoje o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) de 100% sobre a sua subsidiária cotada EDP Brasil, detida a 56,05% (posição consolidada de 57,55%), visando a sua retirada de bolsa numa transação que gera valor. Centrada nas redes renováveis e elétricas, esta operação visa também simplificar a organização empresarial. A oferta será financiada por um aumento de capital de 1 bilhão de euros na EDP, colocado junto de investidores institucionais, e proporcionará uma maior flexibilidade para gerir a presença integrada do grupo neste mercado.
A EDP já tem o compromisso da CTG, ADIA e GIC, num montante agregado de até 600 milhões de euros, sujeito às condições finais de mercado. A retirada da EDP Brasil da bolsa deverá estar concluída no segundo semestre de 2023.
O Brasil é um mercado de grande dimensão com bases sólidas e várias oportunidades na transição energética, e onde a EDP continuará a apostar em redes e energias renováveis por meio de uma remodelação da sua carteira. Desde 1995, a EDP Brasil cresceu com mais duas concessões de distribuição de eletricidade com 3,8 milhões de clientes, linhas de transmissão com mais de 2 mil quilômetros e 2 GW de capacidade hidrelétrica. A EDP Renováveis Brasil, fundada em 2009, tem 1,1 GW de renováveis em atividade. Esta operação irá reforçar o foco nos segmentos de energias renováveis e redes, ao mesmo tempo que reduz a exposição à geração hídrica e prevê a saída da produção termelétrica.
Simultaneamente, e a fim de financiar parcialmente o seu plano de negócios, a EDP Renováveis pretende angariar capital e celebrar um acordo de investimento com a Lisson Grove Investment Pte Ltd, uma filial da GIC Pte Ltd., o fundo soberano de Singapura e um dos principais investidores mundiais a longo prazo, no qual esta última se comprometeu a subscrever c.1.0 bilhão de euros de novas ações num aumento de capital. O compromisso da GIC de subscrever ações da EDPR está sujeito à decisão da EDPR de lançar a transação num momento apropriado, face às condições de mercado.