Grupo CCR e EDP fecham contrato de fornecimento de energia solar para rodovias até 2034
Pedágios e pontos de apoio aos usuários do Sistema Anhanguera-Bandeirantes (SP) serão abastecidos com energia limpa; economia deve chegar a R$ 160 mil ao ano
O Grupo CCR, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, e a EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico, assinaram contrato de 10 anos para o fornecimento de energia solar, no modelo de geração distribuída compartilhada, ao Sistema Anhanguera-Bandeirantes (SP), um dos principais eixos viários do Brasil administrado pela CCR AutoBAn. A oferta será oriunda de plantas fotovoltaicas localizadas nos municípios de Iperó, Pirangi e Leme, no interior de São Paulo.
O contrato prevê o fornecimento de 1.460 MWh por ano para 58 unidades de consumo em baixa tensão no estado de São Paulo, como pedágios e pontos de apoio aos usuários das rodovias. Com a contratação desta energia renovável, que representa 3% da demanda da CCR Rodovias, o Grupo CCR tem potencial para evitar a emissão de 56,19 toneladas de dióxido de carbono (tCO2eq) por ano. A expectativa da Companhia é alcançar uma economia anual de cerca de R$ 160 mil.
“Como um dos 50 maiores consumidores de energia do País, ampliar a participação de fontes renováveis em nossa matriz é um pilar central em nossa estratégia de redução da pegada de carbono das nossas operações. A parceria com um player com a credibilidade da EDP é mais um passo nesta jornada, que temos liderado no setor de infraestrutura de mobilidade no Brasil”, diz o vice-presidente de Sustentabilidade, Riscos e Compliance do Grupo CCR, Pedro Sutter.
“Para viabilizarmos a transição energética, junto aos investimentos em geração renovável, os contratos para fornecimento de energia são fundamentais, pois permitem entregar energia renovável a cada vez mais clientes, setores e serviços do Brasil. O Grupo CCR é um importante cliente e a principal empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, e é para nós gratificante tê-los como parceiros e poder apoiá-los na descarbonização de suas operações”, afirma Carlos Andrade, vice-presidente de Soluções para Clientes da EDP na América do Sul.
100% dos ativos CCR abastecidos por energia renovável
O contrato de GD solar por assinatura com a EDP faz parte da estratégia do Grupo CCR de ter 100% dos seus ativos de mobilidade urbana, rodovias e aeroportos abastecidos por energia elétrica de fonte renovável. A Companhia irá encerrar com 2024 com esta meta alcançada, um ano antes em relação ao compromisso anunciado ao mercado.
Para antecipar a meta, o Grupo CCR construiu uma estratégia na área de energia organizada nas seguintes frentes: investimentos em produção própria de energia em diferentes modalidades e migração de ativos para o mercado livre, com a assinatura de contratos de energia associados à aquisição de certificados de energia renovável (IRECs).
Um dos marcos desta estratégia foi a conclusão da obra de um novo empreendimento de energia solar no modelo de geração distribuída (GD) pela CCR Rodovias. A Companhia investiu R$ 24 milhões na implantação de sete usinas na ViaCosteira, concessionária que administra a BR-101 entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ao todo, foram instaladas aproximadamente 6,6 mil placas solares às margens das rodovias neste projeto.
Com isso, a plataforma de rodovias do Grupo CCR duplicou a sua capacidade instalada de geração solar, passando de 3,14 MWp para 6,3 MWp. O projeto, que está em fase de conexão com o sistema elétrico, vai evitar a emissão de 310 toneladas de gás carbônico por ano, o que equivale ao plantio de 2,2 mil árvores, e vão gerar uma economia superior a R$ 2 milhões por ano na conta de energia da CCR ViaCosteira.
Recentemente, o Grupo CCR também se tornou sócio de três usinas eólicas no Piauí, que fazem parte do Complexo Eólico Otis. Essa iniciativa é o primeiro projeto na modalidade de autoprodução por equiparação da Companhia e irá abastecer as operações da CCR Mobilidade no Estado de São Paulo, fornecendo energia limpa para as linhas 4 (ViaQuatro), 5 e 17 (ViaMobilidade), de metrô, e linhas 8 e 9 (ViaMobilidade), de trens. Ao todo, os três parques eólicos irão atender a 60% da demanda energética total do Grupo CCR.
Esse movimento se conecta com o compromisso do Grupo CCR de ser neutro carbono nos escopos 1 e 2 até 2035, conforme anunciado ao mercado na Ambição 2035. Em 2023, a Companhia foi a primeira empresa do setor de infraestrutura de mobilidade do Brasil a ter as suas metas aprovadas SBTi, se comprometendo a diminuir em 59% das emissões de CO2 nos escopos 1 e 2 e de 27% no escopo 3 até 2033, em relação ao ano-base de 2019.
Investimentos da EDP em geração solar distribuída
Já a EDP, anunciou recentemente a compra de 16 novas usinas de geração solar distribuída por R$ 218 milhões. O contrato foi fechado com o Grupo Tangipar e inclui empreendimentos nos estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, com capacidade instalada total de 44,3 MWp. Com o investimento, a empresa avança em sua estratégia de liderar a transição energética e amplia a sua atuação em geração solar distribuída, ingressando, inclusive, em um novo mercado, o Mato Grosso.
Assim que o negócio for concluído, as novas usinas se juntam ao portfólio atual da empresa, que contempla hoje 90 usinas solares de geração distribuída no Brasil, com capacidade instalada total de 258 MWp. Desse total, 76 usinas (209 MWp) estão em operação, e 14 usinas (49 MWp) estão em construção ou aguardando energização.
A empresa atua com geração solar distribuída em dez estados brasileiros (BA, ES, GO, MG, MS, PE, PR, RJ, SP e RS), além do Distrito Federal. Trata-se de uma modalidade que permite a geração de energia elétrica renovável próximo ao ponto de consumo, podendo ser a usina dedicada a um cliente ou compartilhada entre diversos clientes, desde que todos estejam na mesma área de concessão da usina. A energia gerada é injetada na rede elétrica da distribuidora local e se transforma em créditos que são compensados na fatura do cliente.
A maior conscientização das empresas, em diferentes setores, que pretendem descarbonizar seus negócios e tornar suas operações mais sustentáveis por meio do uso de energia renovável, tem contribuído para impulsionar a demanda pela geração distribuída. Além dos ganhos em sustentabilidade, a economia com os custos de energia, que pode ser superior a 10%, também é um atrativo.