EDP Brasil lidera Leilão de Transmissão com investimentos de R$ 3 bilhões
Quatro lotes arrematados pela Companhia somam cerca de 1,2 mil quilômetros de linhas em MG, SP, MA, SC e RS
A EDP Brasil arrematou quatro lotes de linhas de transmissão em leilão realizado na última segunda-feira (24) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), configurando-se como a grande vencedora do certame em volume de investimentos. Ao todo, a Companhia prevê investir cerca de R$ 3 bilhões nas obras, que irão adicionar cerca de 1.200 quilômetros de redes transmissoras ao sistema elétrico nacional, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Maranhão.
No nordeste, a Empresa ficará responsável pela expansão do suprimento de energia na região metropolitana de São Luís e nas proximidades da fronteira com o Piauí. Serão construídos 324 quilômetros de linhas na região, além de duas subestações. Já os moradores do Sudeste irão se beneficiar de um novo sistema de 375 quilômetros, que a EDP implantará com o objetivo de ligar as cidades de Estreito (MG) e Cachoeira Paulista (SP), reforçando a segurança do fornecimento na área.
A Companhia também irá ampliar a estrutura da transmissão de energia elétrica no sul catarinense, integrando mais 485 quilômetros de linhas à rede, além de uma subestação na região. "O resultado do leilão foi extremamente positivo no sentido de ampliar nossa presença no segmento de transmissão e intensificar nossa estratégia de diversificar a participação no setor elétrico com rentabilidade adequada e risco controlado", avalia o diretor presidente da EDP Brasil, Miguel Setas.
O processo de gestão eficiente adotado pela Empresa e a negociação de condições favoráveis junto aos parceiros no negócio irão permitir uma redução do custo total das obras. Dessa forma, o valor de investimentos estimado pela Companhia é quase 17% menor que o calculado pelo órgão regulador. Na prática, isso significa que a EDP conseguirá entregar os ativos com maior eficiência e menor prazo do que o inicialmente previsto no processo de concessão.
Os critérios de seleção rigorosos, a mitigação de riscos com fornecedores, os cronogramas realistas adotados e o controle da alavancagem dos investimentos permitirão à Empresa entregar um retorno aos seus acionistas que varia entre 12% e 14%. "Fomos muito seletivos nas regiões em que queremos operar, fizemos uma avaliação rigorosa de todos os principais riscos e asseguramos garantias e medidas de compliance importantes junto a todos os parceiros", explica Miguel Setas.
Especificamente no lote arrematado em Santa Catarina, a formação de um consórcio com a Celesc foi estratégica, uma vez que permitiu o acesso à condições de competitividade diferenciadas.
Histórico eficiente
Em 2016, a EDP já havia arrematado um lote de 113 quilômetros de linhas de transmissão e uma subestação de 150 MVA no Espírito Santo. O investimento total estimado para o projeto é de R$ 116 milhões. Atualmente, a obra está em fase de licenciamento, com previsão para entrada em operação em 2019.
O modelo de gestão adotado para a construção das linhas transmissoras será o mesmo utilizado pela EDP em suas obras de geração, que auxiliou a empresa na antecipação de usinas, conhecido no setor como PMBOK. Com a ajuda da metodologia, a UHE Cachoeira Caldeirão, por exemplo, foi entregue pela Companhia oito meses antes do que o previsto no calendário regulatório, enquanto a hidrelétrica Santo Antônio do Jari ficou pronta com cinco meses de antecedência.