Sistema da EDP para previsão de fenômenos atmosféricos entra em nova fase
Com instalação das estações meteorológicas, taxa de acerto da ferramenta ultrapassa 95%
A EDP, empresa que atua na área de comercialização, distribuição e geração de energia, acaba de instalar estações meteorológicas nos municípios de Cruzeiro, Guaratinguetá, Guarulhos, Mogi das Cruzes, São José dos Campos, São Sebastião e Taubaté. O início das operações dos equipamentos marca a da nova fase do ClimaGrid, ferramenta desenvolvida pela empresa em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que permite o monitoramento em tempo real das condições atmosféricas. O sistema é o único do mundo capaz de prever a ocorrência de fenômenos como chuvas, ventos e raios com precisão.
No Espírito Santo, Estado em que a empresa atua na área de distribuição de energia, as cidades de Alfredo Chaves, Cachoeiro de Itapemirim, Pinheiros, Santa Teresa, Sooretama, Venda Nova do Imigrante e Viana também receberam os aparelhos.
A instalação das estações meteorológicas representa um avanço importante na precisão do monitoramento de fenômenos atmosféricos. "Até o momento, conseguíamos prever a ocorrência de episódios climáticos com 24 horas de antecedência. Nesta nova fase o prazo aumentará para 72 horas. Além disso, a precisão do monitoramento também vai aumentar dos atuais 90% para mais de 95%", diz Murilo Marigo, gerente operacional da EDP
De acordo com o INPE, por ano, são registrados mais de 50 milhões de eventos climáticos no Brasil. Esses números fazem com que o País seja a área com maior incidência de raios no mundo. Por isso, a capacidade de monitorar em tempo real as variáveis climáticas, como tempestades severas, fortes chuvas e alta intensidade do vento, tem se tornado um tema de crescente relevância para diversos segmentos da sociedade.
No setor elétrico, estar preparado para lidar com ocorrências desse tipo tem impacto direto na qualidade do serviço prestado. "A melhoria da previsão de tempestades permitirá melhor planejamento das equipes de emergência. Dessa forma será possível a recomposição mais rápida da rede, diminuindo a duração das interrupções de energia", afirma Marigo.
O projeto
Desenvolvido pela EDP em parceria com o INPE, o ClimaGrid é uma ferramenta de monitoramento das condições atmosféricas em tempo real. "O sistema, criado em 2009, possibilita a avaliação dos impactos do clima sobre a rede elétrica, com previsão e histórico das variáveis meteorológicas e se constitui no primeiro sistema desta magnitude a existir no país", explica Osmar Pinto Junior, cientista do INPE e coordenador do projeto.
Associado à pesquisa científica avançada e ao conhecimento do negócio de energia, o sistema tem como objetivos reduzir os riscos inerentes às mudanças climáticas, aprimorar os serviços prestados e gerar uma maior eficiência na utilização dos recursos operacionais da empresa.
Em 2012, foram implantadas duas ferramentas de previsão para o ClimaGrid: uma de curto prazo (24 horas), para avaliação da incidência de descargas atmosféricas; e outra de médio prazo, que mede a probabilidade da quantidade de raios em até quatro meses.
A ferramenta também possibilita gerenciamento eficaz das equipes de trabalhos de emergência em campo, reduzindo deslocamentos. Esses recursos reduzem as perdas de receita para os clientes industriais e de serviços nas áreas de concessão, melhorando a qualidade do serviço prestado pela Distribuidora.
Sensoriamento nuvem-nuvem
Com o ClimaGrid, a EDP contribui para a implementação da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT), cujo objetivo é o de medir a ocorrência de incidentes de tal natureza. Dentre suas características, o sistema permite a obtenção de informações precisas das descargas atmosféricas nuvem-nuvem, fundamentais para o rastreamento de tempestades severas.
O sensoriamento das descargas dentro da nuvem permite identificar a localização precisa do evento, sua dimensão, velocidade e sentido de deslocamento.
Também estão sendo desenvolvidos e aplicados diversos algoritmos para registro e acompanhamento das descargas nuvem-nuvem e nuvem-solo, bem como ferramentas para avaliação de desligamentos e avarias em diversos ativos, tais como linha de transmissão, subestações, religadores, transformadores, sites de telecomunicações, entre outros.
